TERRA MOÇAMBA

O projeto visa pesquisar e resgatar memórias de comunidades quilombolas através da criação de registros visuais que dialoguem com a atual paisagem humana e a linha histórica deste povo, visando ressaltar a importância e a visibilidade da comunidade.


Através da coleta de terras locais, serão feitas tintas de pigmentos naturais utilizadas em processos fotográficos para a produção de imagens de memória que estimulem a reflexão sobre os caminhos de uma criação autoral apoiado sobre o processo histórico da goma bicromatada, abrindo uma ligação entre o antigo e o contemporâneo através do resgate das origens de um povo.
O projeto pretende trazer capacitação dos integrantes da comunidade através da arte, com oficinas de fotografias no processo da Goma Bicromatada, utilizando a terra local para fazer as tintas em que serão impressas as imagens pelos próprios participantes, tentando estimular o resgate do passado e alinhamento com seu estado atual. Fortalecendo assim, situação de autonomia.


Como objetivo final, o resultado será uma exposição fotográfica e um documentário das imagens produzidas pela própria comunidade.


Sendo uma pesquisa inédita sobre o processo da goma bicromatada feita com pigmentos fotográficos regionais de longa durabilidade, contribuirá para produção de conhecimento no campo da conservação e preservação fotográfica sustentável com terras brasileiras da comunidade Quilombola.


Acreditamos que a arte tem grande poder de transformação política, social e econômica. Entendemos a importância de alinhar aprendizado com processos de resgate da memória, através da oficina de produção de imagens. Compreendemos também que a produção de conhecimento no campo da preservação e conservação da memória fotográfica quilombola utilizando de ferramentas artísticas manuais podem ser um processo de capacitação para a criação de imagens com linguagem potente, de entendimento universal e que pode ser explorada como expressão por qualquer indivíduo.


A importância de trabalhar com memória de uma comunidade isolada na produção de imagens, corrobora com o processo de reconhecimento, também como acesso à fragmentos dessas histórias através da utilização de sentidos sensoriais para ampliação de sua identidade.


idealizadores do projeto Patricia Bigarelli e Fernando Fortes

produção I Twyla Hase